Circular e Agenda do Bispo

Circular de Abril de 2024

Meus irmãos e irmãs,

                Avançando na nossa reflexão sobre a oração, quero neste mês tratar das condições para que ela de fato se torne uma experiência viva de encontro com Deus.

                Para podermos comprovar a autenticidade da oração é preciso que estejamos atentos aos frutos que ela produz. Se rezarmos bem, nós nos tornamos mais humildes, mais pacientes, mais confiantes. Principalmente a oração nos levará a amar a Deus e ao nosso próximo.

                Entretanto, além disso, podemos afirmar que nossa oração é autêntica, se ela se tornar para nós um lugar onde encontramos a paz. Quando nós nos abrimos à sua presença, Deus, que é de uma doçura e de uma paz infinitas, se comunica a nós. São Paulo nos diz: “A paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus” (Fl 4,7).

                No caminho da oração será necessário compreender a importância da fidelidade. Jesus não nos pede para rezar bem, mas para rezar sem cessar. O principal combate na vida da oração é a perseverança. Santa Teresa de Jesus diz que o demônio faz de tudo para tirar as pessoas da fidelidade à oração. Ele fará pensar que não adianta, que não se é digno para rezar, que é perda de tempo, que será melhor deixar para amanhã. Santa Teresa diz que é lógico que o demônio nos ataque com força nesse campo, pois ele sabe que uma pessoa fiel à oração está com certeza perdida para ele.

                Nossa oração deve estar sempre fundada na fé, na esperança e na caridade. Ela deve apoiar-se aí nas três virtudes teologais, porque nelas reside o dinamismo fundamental da vida cristã.

                São João da Cruz diz que “quanto mais fé tem a alma, mais unida está a Deus” (Subida II,9). A fé, e apenas ela, estabelece um contato real com a presença viva de Deus. Quando tudo falta, a fé basta.

                Podemos fazer uma comparação interessante entre o papel da fé na vida espiritual e a do tato na vida dos sentidos. O tato é o primeiro dos nossos cinco sentidos a se desenvolver, ainda no seio materno, e é a origem dos demais. Não tem a riqueza dos outros, como a visão (com toda a diversidade de imagens e cores) ou a audição (com a variedade de sons, timbres e melodias). Mesmo assim, o tato é o mais primordial e o mais essencial à vida e à comunicação.

                Além disso, o tato possui uma vantagem que os outros sentidos não têm: a reciprocidade. Com efeito, ninguém pode tocar um objeto sem ser ao mesmo tempo tocado por ele, ao passo que é possível ver sem ser visto e ouvir sem ser ouvido. No tato fazemos a experiência da comunhão por excelência.

                De forma semelhante, a fé tem uma certa pobreza (crer não é necessariamente ver, nem compreender, nem sentir), mas é o que há de mais vital para a vida da alma. Pela fé, podemos – de maneira misteriosa, mas real – “tocar Deus” e nos deixar tocar por Ele, pôr-nos em comunhão íntima com Ele e sermos aos poucos transformados pela graça.

                A fé praticada na oração permite-nos conhecer a Deus, de maneira obscura e misteriosa, além de todo o entendimento humano. A fé não satisfaz todas as nossas necessidades. Entretanto ela dá sentido à nossa vida, embora não responda obrigatoriamente a todas as nossas perguntas.

                O conhecimento de Deus vindo da fé acende o fogo do nosso amor mais do que um conhecimento claro e distinto obtido pela inteligência. São João da Cruz usa uma bela expressão a esse respeito: “a fé, na qual amamos a Deus sem O compreender” (Cântico, Prólogo).

                A fé é algo maravilhoso, embora nem sempre damos conta da sua importância e da sua força. Ela é uma realidade humilde, com frequência oculta, uma disposição secreta do coração e da vontade, uma simples adesão à palavra e às promessas de Deus numa atitude de submissão e confiança. No entanto, é esse ato humilde que nos garante aos poucos o acesso a toda a riqueza do mistério de Deus. Por isso Jesus nos Evangelhos insiste tanto na importância e na força da fé. Todas as nossas faltas têm a sua origem, de uma maneira ou de outra, numa falta de fé, de modo que não há nada mais urgente nem mais fecundo que aumentar a própria fé.

 

Dom Milton Kenan Júnior

Bispo de Barretos

 

CALENDÁRIO EPISCOPAL

ABRIL 2024

7 – Ordenação Episcopal de Monsenhor Eugênio Barbosa Martins, SSS e Posse como 7º Bispo Diocesano de São João da Boa Vista, no Centro de Integração Comunitária, em São João da Boa Vista, às 9h.

10 – 19 – Assembléia Geral da CNBB, em Aparecida.

19 – Santa Missa de Criação e instalação da Paróquia São Judas e Santo Expedito, em Olímpia, às 19h30.

20 – Santa Missa com Crismas de adultos, na Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus, em Guaraci, às 19h.

23 – Reunião do Conselho de Presbíteros, na Residência Episcopal, às 9h.

25 – Santa Missa com Crismas na Capela de São José, na Área Pastoral São José da Vida Nova, em Barretos às 19h30.

27 – VISITA PASTORAL à Paróquia São Miguel Arcanjo, em Miguelópolis.

28 – Encontro de formação de novos Ministros da Comunhão Eucarística, na Cúria Diocesana.

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Para testemunhar Jesus Cristo, é preciso vivê-lo intensamente.

Jesus vem ao nosso encontro.

Celebremos com alegria a ressurreição do Senhor.

Espírito Santo
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