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Sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Deus quis se servir de uma família

Foto | Deus quis se servir de uma família

                A apresentação do Menino Jesus no Templo, após quarenta dias do seu nascimento, com a purificação de Maria, sua Mãe é o fato evangélico com que a Igreja deseja celebrar a festa da Sagrada Família.

                De acordo com a tradição judaica, Maria e José vão a Jerusalém para apresentar seu filho primogênito ao Senhor, como o Senhor determinara quando libertou o seu povo da escravidão dos egípcios: “Consagra-me todo primogênito no meio dos israelitas: todo primogênito a sair do útero quer homem, quer animal, será meu” (Ex 13,2).

                Mas também para a purificação de Maria, como também determinava a Lei de Israel.

                Para a apresentação do seu filho, Maria e José por serem pobres ofereceram “dois pombinhos” ao invés de um cordeiro, como se exigia de uma família que tivesse uma vida suficientemente abastada.

                Nesta cena, então, Maria, José e Jesus surgem como uma família humilde, que cumpre a lei do Senhor. Eles simbolizam a maioria das famílias da humanidade que vivem na pobreza e, muitas delas na sua carência procuram viver a fé e transmiti-la aos seus filhos e netos.

                É de se notar, porém, que ao encontrarem-se no Templo, eles encontram não um sacerdote para a apresentação do Menino, mas Simeão, um homem justo e piedoso e, Ana uma profetisa que servia a Deus com jejuns e orações. O fato de ser um casal indica que o testemunho que dão daquele menino é verdadeiro, pois de acordo com a lei judaica o testemunho só é verídico se sustentado no mínimo por duas testemunhas.

                Na liturgia deste domingo é o exemplo da Família de Nazaré que se destaca. O exemplo dela atesta que Deus ao entrar na história humana, ao tornar-se um de nós quis servir-se de uma família. Será na companhia de José e Maria que o Menino “crescia, ficava forte e cheio de sabedoria e a graça de Deus estava sobre ele” (v.40).

                Assim deveria ocorrer em todas as famílias cristãs. Elas deveriam ser aquele ambiente onde pais e filhos, unidos pelo amor e alimentados pela graça divina cada um dos seus membros pudesse crescer em estatura, com sabedoria e cheio da graça de Deus.

                Rezemos nossas famílias neste dia. Rezemos por todas as famílias do mundo, sobretudo aquelas que sofrem por causa da discórdia, dos vícios, da fome e da guerra. Façamos nossas as palavras da oração coleta deste dia: “Ó Deus, que nos destes os luminosos exemplos da Sagrada Família, concedei que, imitando-a em suas virtudes familiares e em seu espírito de caridade, possamos gozar um dia dos prêmios eternos nas alegrias da vossa casa”. Amém.

Por: Dom Milton Kenan Junior
Dom Milton Kenan Junior

Sobre o autor:

Dom Milton é o 6º bispo da Diocese de Barretos. E-mail: dommilton@diocesedebarretos.com.br
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