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Sábado, 02 de setembro de 2023

Na Igreja há lugar para todos!

Foto | Na Igreja há lugar para todos!

      Todos! Todos! Todos! Na Igreja, que é mãe de todos, há lugar para todos!

       As palavras do Papa Francisco pronunciadas na Jornada Mundial de Juventude, realizada em Portugal no último mês de agosto, repetidas inúmeras vezes, por milhares de jovens, impactaram o mundo. Para além das paredes da Igreja tais palavras foram e continuam sendo acolhidas calorosa e positivamente, como manifesação daquela que se apresenta a todas as pessoas, como instrumento em favor da ação salvadora de Deus. Das paredes para dentro os burburinhos são muitos.

     Entenderam os rigoristas que o Papa, ao dizer que na Igreja há lugar para todos, abraça os pecadores inveterados. Como assim? Entenderam os laxistas que o Papa, ao dizer que na Igreja há lugar para todos, concorda com tudo. Como assim? Os mornos, sem sequer saber o que disse o Papa, com seu silêncio seulcral, adormecem. Como assim? Os membros da hierarquia, em sua maioria, temerosos por sofrer pressões de rigoristas, laxistas e mornos, sequer repercutiram as palavras do Pontífice. Como assim?

     A fala de Francisco faz tremer a todos e temer a muitos! Faz tremer e temer rigoristas porque, incapazes de dialogar, refugiam-se no legalismo, respaldados pela desculpa da defesa da fé. Faz tremer e temer laxistas, porque, incapazes de preservar a integridade eclesial, interpretam agradar pessoas como sinônimo de zelo pelas verdades da fé. Faz tremer os mornos porque, desconectados da Igreja e da realidade, percebem-se deslocados. Faz tremer a hierarquia porque se vê forçada a posicionar-se para além do rigorismo, do laxismo e da tibieza.

   O que, de fato, a fala e postura adotadas por Francisco e as marcas impressas na Igreja e na humanidade por seu pontificado querem expressar? Nada que não devêssemos saber. Francisco, simplesmente objetiva fazer transparecer aquilo que a Igreja é: Mãe e Mestra na fé. Como mãe, capaz de acolher a todos, independentemente de possíveis cicatrizes e desvios; como mestra, capaz de educar a todos no seguimento fiel de Jesus Cristo.

   Os princípios iluminadores do ministério de Francisco fundamentam-se na Conferencia dos Bispos da América Latina/Caribe (2007). A Conferência de Aparecida elenca as cinco etapas do processo de formação dos cristãos: o encontro pessoal com Jesus, a conversão, o discipulado, a comunhão e a missão. O Papa objetiva, simplesmente, favorecer que a Igreja, acolhendo a todos, insira-os no processo que forma e educa os discípulos missionários de Jesus Cristo, ou seja, Francisco objetiva que a Igreja seja aquilo que ela é, Mãe e Mestra na fé.

   As palavras do Papa incomodam, pois desestabilizam a todos, pessoal e coletivamente, acomodados em posturas extremadas, indispostos a moverem-se ao que realmente deve ser feito. Acolhimento não permite estagnação, nem no nível das ideias, tampouco no apostolado; os desafios atuais exigem atenção, abertura e perseverança nos propósitos sob os quais a Igreja está fundada: tornar Jesus Cristo amado, seguido e adorado. A partir de Jesus, unidos ao coração do Papa, brademos, cada vez mais forte: Na Igreja há lugar para todos!

Por: Padre Ivanaldo Gonçalves de Mendonça
Padre Ivanaldo Gonçalves de Mendonça

Sobre o autor:

Pe. Ivanaldo é pós-graduado em Psicologia, pároco da Paróquia São José de Olímpia. E-mail: ivanpsicol@hotmail.com
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