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Uma gotinha de água no vinho

"Para quem não sabe…A gota de água que o padre coloca no cálice representa a nossa humanidade, que é unida à divindade de Jesus. É apenas uma gota que, quando se mistura ao vinho, desaparece, assim como a nossa pequenez diante da majestade de Deus. São Cipriano de Cartago dizia: “Se houver apenas água, sem vinho, nós estamos sozinhos, sem Cristo. E se houvesse só vinho sem água estaria Cristo sozinho sem nós”. (Pe. Gabriel Vila Verde)

Para Deus tudo é possível, exceto se contradizer, porque ele é perfeito em tudo. Jesus, o Filho amado do Pai, ao se tornar um de nós, revelou-nos a nossa importância dentre todas as demais criaturas. Deus assumiu a nossa humanidade. De modo categórico e definitivo. Hoje há um homem, um verdadeiro homem, à direita do Pai, todo-poderoso porque também é verdadeiro Deus, "de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos".

Dá pra explicar quem é esse nosso Deus? – Claro que não! É um mistério inexplicável e incompreensível tanto amor, tanta paixão, tanta misericórdia que Ele tem por essas criaturinhas nanoscópicas habitantes num microscópico planetinha azul do sistema solar: os seres humanos.

E o que dizer então do mistério da Encarnação? – o Apóstolo usou um termo grego: kénosis = esvaziamento (Fl 2,7), tentando nos passar esse mistério que foi a concepção de Jesus no seio de Maria. O Filho, esplendor do Pai, deixou momentaneamente toda a sua glória eterna que já tinha ainda antes de qualquer criatura ou de todo o universo, para também se fazer um nanoscópico bebê humano!

Por falta então de explicação, devido às infinitas limitações de nossos cérebros para entender mistérios insondáveis, é que o padre, por exemplo, coloca aquela gotinha de água no vinho já posto no cálice, antes da apresentação das oferendas, nas santas missas. É a Igreja, pedagógica e didaticamente fazendo um gesto catequético, para significar o incompreensível: assim como a gotinha é assumida totalmente pelo vinho, a humanidade é assumida por Jesus Cristo, nosso Senhor.

O Espírito Santo então santifica as oferendas. O vinho, onde está inserida a humanidade, se transforma em sangue de Cristo que, ao se oferecer ao Pai em redenção a todos nós, com ele somos oferecidos e aceitos.

É muito amor!