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Dom Milton Kenan Júnior

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Dom Milton Kenan Jr.

Circular e Agenda do Bispo – Setembro de 2025

Prezados irmãos e irmãs,

                Todos os anos, a Igreja do Brasil, no mês de setembro, escolhe um livro da Bíblia para motivar as comunidades à leitura e reflexão da Palavra de Deus. Neste ano, ao celebrar o Jubileu da Esperança, o texto escolhido é a Carta aos Romanos.

                A Carta aos Romanos foi escrita por Paulo um pouco antes da sua última ida a Jerusalém, quando leva o fruto da coleta realizada em favor das Igrejas necessitadas da Palestina. Assim, sabendo que sua carreira está para chegar ao fim, esta Carta surge como uma espécie de testamento de Paulo; melhor ainda, é como uma recapitulação feita por ele do “seu Evangelho”.

                A comunidade de Roma, para quem se destina esta carta, na época em que Paulo escreve, é formada por cristãos que procediam do paganismo. Uma antiga tradição atribui a São Pedro a fundação da Igreja de Roma, pelo ano 42 d.C. O fato de Paulo não o mencionar em nenhum momento da Carta significa que, na época em que ele escreve, Pedro não estava mais lá.

                Na época em que escreve, Paulo tem um conhecimento relativo da comunidade de Roma e a apresenta como uma comunidade robusta e forte na fé: “Dou graças a meu Deus, por todos vós, porque vossa fé é celebrada em todo o mundo” (Rm 1,8).

                Paulo escreve aos cristãos de Roma porque quer anunciar e preparar sua próxima visita à comunidade. Depois de ter percorrido a região do Mediterrâneo oriental, Paulo pressente que é chegado o momento de ampliar os horizontes e desejar projetos mais ambiciosos. Desejando visitar a Espanha, que fica nos confins do ocidente, Paulo pretende passar por Roma, a capital imperial.

O Apóstolo quer anunciar aos romanos a sua visita e lhes escreve essa carta, muito provavelmente no inverno de 57 e 58, e provavelmente de Corinto. Serve-se deste pretexto para apresentar aos romanos suas ideias-chave, abordando os temas mais controvertidos e que têm mais possibilidade de criar dificuldade nas comunidades cristãs nascentes.

                Dada a importância de Roma no mundo da sua época, pelo fato de ser a capital do Império, Paulo sonha com uma comunidade cristã ideal, de cunho universal; por isso, escreve à comunidade de Roma para comunicar-lhes as linhas mestras do seu Evangelho e para colocá-las em prática em seus projetos.

                A Carta aos Romanos é o testamento teológico de Paulo, escrita num dos momentos mais difíceis da sua vida. Paulo aqui está fazendo um balanço do passado, ao mesmo tempo em que coloca os alicerces do futuro. Nela, Paulo proclama em bom e alto tom a sua grande afirmação, a saber, que com Cristo ficou superada toda discriminação na realização da salvação do homem por Deus. Todos estão sob o pecado, mas todos, da mesma forma e com mais eficácia, podem alcançar a salvação.

                Nos primeiros capítulos da carta, Paulo fala do pecado e do seu poder escravizante e destruidor, para dar maior realce à força libertadora de Deus em Cristo pelo Espírito. Desta certeza nasce a vida nova do cristão. Uma vida nova para a qual todos são chamados sem nenhuma discriminação, incluindo o povo de Israel, e que tem exigências bem concretas.

                O tema escolhido para o jubileu “A esperança não decepciona” (Rm 5,5), inserido no capítulo 5 da Carta aos Romanos, refere-se à vida nova que nasce do amor salvífico de Deus. São expressões desta vida nova, em primeiro lugar, a paz, fruto da relação restaurada com que Deus venceu a inimizade gerada pelo pecado, enviando ao mundo o seu Filho para libertar a humanidade do fardo do mal; e a esperança, que nos permite superar as mais diversas e cruas adversidades, porque está fundada na certeza de que nada poderá nos separar do amor de Deus (cf. Rm 8,35).

                Na Bula “Spes Non Confundit”, o Papa Francisco, referindo-se à esperança que vence as dificuldades, diz: “Por isso mesmo essa esperança não cede nas dificuldades: funda-se na fé e é alimentada pela caridade, permitindo assim avançar na vida. A propósito disso, escreve Santo Agostinho: ‘Em qualquer modo de vida, não se pode passar sem estas três propensões da alma: crer, esperar, amar’.” (n. 3).

                Reler a Carta aos Romanos durante este mês de setembro pode ser uma atividade preciosa. A mensagem que Paulo nos transmite por ela é de grande atualidade.

                Conduzidos por Paulo, vamos descobrir que, apesar de o pecado ser uma realidade que assume proporções cada vez mais nefastas, semeando dor, ódio e guerra, a última palavra é sempre a do amor que Deus nos oferece gratuitamente por meio do seu Filho, capaz de encher nossas vidas de esperança.

                Deixando-nos invadir pelo amor de Deus, tornamo-nos sementes de uma nova humanidade; garantimos para nós e para as novas gerações a promessa de um futuro melhor, onde a paz e a esperança tornam-se garantia de vida eterna.

Dom Milton Kenan Júnior

Bispo de Barretos

AGENDA EPISCOPAL – SETEMBRO 2025

6 – Santa Missa e Crismas na Igreja Matriz S. João Batista, em Barretos, às 19h30.

8 a 11 – Retiro Espiritual do Clero

13 – Visita Pastoral ao Vicariato para a Pastoral da Saúde, em Barretos, às 15h.

14 – Santa Missa pelos 75 anos da Campanha Mãe Peregrina, na Catedral, às 19h.

19 – Reunião do Conselho de Formadores, na Residência Episcopal, às 10h.

20 – Encontro da Pastoral Pessoa Idosa, na Cúria Diocesana, às 14h.

Encontro da Pastoral Familiar, na Casa de Encontros, na Cidade de Maria, a partir das 14h

Santa Missa na Igreja Matriz de S. Miguel Arcanjo, em Miguelópolis, às 19h30

21 – Encontro da Pastoral Familiar, na Casa de Encontros, na Cidade de Maria

Santa Missa, na Igreja Matriz de S. José, em Olímpia, às 19h.

27 – Jubileu da Juventude, na Igreja Matriz de S. José, em Morro Agudo, às 19h

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